Essa tem sido uma semana atípica... Nunca me ocorreu acontecer tantas coisas ruins na mesma semana... no Domingo, um amigo e sua família sofreram um acidente sério de carro, gragas a Deus que nada de mal aconteceu; Ontem, houve um homicídio perto de casa, nunca tinha acontecido isso nas proximidades do meu bairro, principalmente na minha rua; e hoje eu presenciei uma tentativa de assalto, eu estava no ônibus vindo para a universidade quando um policial à paisana que ia no mesmo ônibus onde eu estava pediu pra descer e abordar um assaltante que estava agindo próximo ao nosso ônibus, num carro preso ao engarrafamento da Av. 21 de Abril, foi tiro pra todo lado e eu estava lá no ônibus, torando o aço com medo de levar bala também...
Acredito que isso seja um sinal, tenho pensado muito em minha espiritualidade e na brevidade da vida, principalmente a minha. Quero me aproximar mais de Deus, e isso tudo me fez pensar mais, mas quero agir frente essas coisas. Saber que a vida é fugaz, todo mundo sabe, mas mudar, pouca gente faz.
Pensei num poema que eu escrevi faz muuuuito tempo... quando comecei inglês no Senac e tinha uma tal de "semana das artes" onde a gente tinha de ir na frente da sala e fazer algo, tipo uma peça, cantar, etc. Tinha assistido ao filme "o resgate do soldado Ryan" pela pimeira vez em casa, fiquei chocado com o sofrimento dos soldados lá na guerra, na invasão da normandia. O filme é tão pesado que me fez pensar muito no medo que temos da morte e do sofrimento. Eu decidi escrever um poema, mas escrevi primeiro em português para depois passar pra inglês.
Depois eu passo pra vcs a versão em inglês.
Um Soldado na Batalha
Fumaça,
Cheiro de pólvora no ar.
Guerra, deusa sádica,
Tuas mãos são as mãos ósseas da Morte.
O campo de batalha sangra,
E meus amigos aqui já estão mortos,
Resta chorar e lutar
Contra meu inimigo,
Meus inimigos que nunca conheci
E nunca me conhecerão.
Quem é o inimigo?
Quem somos nós?
Somos os peões no xadrez dos generais,
Não podemos retornar,
Somente seguir adiante
De encontro aos inimigos.
Somos expostos pela artilharia hostil
Enquanto nossos superiores
Estão protegidos bem longe da batalha.
Minha M4 grita e vomita minha dor de soldado,
Os tanques atropelam o silêncio
E esmagam a paz.
Meus companheiros estão com medo
Da morte, do sofrimento,
Dos hostis fuzis nos observando sorrateiros,
Esperando o mais breve deslize
Para alvejar-nos.
Ainda não entendo por que estou aqui,
E minha família que chora por mim.
Avante! Marchando com frio e medo,
Carregando tanta saudade no arsenal;
Quero voltar pra casa,
Pro aconchego do colo de mamãe
E da comida caseira de todo dia;
Aqui só passo fome,
Vendo corpos espalhados pelo chão
E fogo chispando.
Um só erro e estarei no inferno
(se aqui já não for o inferno),
não voltarei mais para casa.
Cheiro de morte me persegue,
Já matei tantos que nem conto mais,
Perdoa-me, Deus! Ordens são ordens.
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