sexta-feira, abril 29, 2005

Espera

Tempos de ócio. Sabe aqueles momentos em que você está esperando alguém, mas está sem vontade de fazer algo, tipo ler um livro? Fiz esse poema nesses momentos, estava esperando uma amiga no shopping e enquanto isso, escrevia, esperando por ela, sentado numa das mesinhas da praça de alimentação.

Espera

O tempo caminha lento,
sem rumo pelo ermo linear.
Imerso no cristal de quartzo dentro do relógio
que pulsa como um órgão inorgânico,
falso, artificial.
Segundos só passam depois de minutos
e minutos demoram horas.
Quase nada se move
além dos corpos que passeiam coletivamente
entre as mesas, na minha frente
enquanto saboreio as cinzas das horas.
Sentado numa mesinha
vejo a vida dos outros passar
e a minha vida, congelada no tempo.

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