sexta-feira, dezembro 15, 2006

versos livres

Esse poema é para Kleyton. Ele me falava para escrever meus versos em rima, mas eu não combino com rimas, meus versos em sua grande maioria são livres e gosto deles assim.

Palavras encadeadas pra dizer
meus versos uma obra prima.
Entanto se falar é o que preciso fazer,
pra quê é necessário rima?

Prefiro minha química maluca
a ter de lixar
e esconder numa fôrma
a matéria bruta do meu pensamento.

Os versos necessitam de liberdade,
engaiolá-los só abafa o grito, o riso e o pranto.
Mata as claustrofóbicas estrofes
que sem medo querem dizer quem sou.

Já se foi o tempo da arte marmórea,
triste fim dos alexandrinos,
dos de/dodecassílabos

Os versos valsam mesmo sem som.
Não lhes nego esse prazer.
Ainda mais, peço-lhes que me digam
quais seus anseios de ser.
Igual um pai dedicado
quando bem educados os filhos
lhes permite escolher vida e ofício.
Dissolutos, cheios de si,
eles sou eu, inequivocadamente.

Rimas são tão cruéis
quanto expor bonsai kittens* sobre a prateleira,
perverso como domesticar bichos-do-mato.
Meus versos são selvagens,
da hostil selva das palavras,
da aterradora gruta dos significados.

Meu verso é um só,
um único verso vário, desvairado e oncontido.
Refletindo meu rosto imperfeito,
sem maquilagem para esconder minhas máculas.

* Lenda urbana da internet onde gatos eram criados dentro de garrafas.

2 comentários:

Anônimo disse...

gatos em garrafa!
UHAUHASUHAUHSUHASUHASUHASUASUASUHSAUHAS
bizarro...
ei.. faz um poema pra mim!
^^
de presente de fim de ano!
XD

Anônimo disse...

thanks for this good feeling...
I love a lot...
It's like have something of peace in your words...
Congratulations, have a nice weekend and a good job!!
Nice to meet you!