As coisas deveriam ser mais simples,
mas o acesso a ti é um labirinto
com as saídas bloqueadas para mim.
Desejo tanto teus olhos em mim e tenho de fingir o oposto,
entretanto sou desmentido quando converso contigo
e minhas pupilas delatam-me dilatando-se.
Contemplo-te como quem examina um diamante
e vê em tua matéria bruta uma pedra lapidada embebida de luz.
Quero te transformar para que brilhes sempre mais.
Espero que me notes,
contudo tu amas o auto-flagelo dos amores não correspondidos,
corres a tudo o que cintila,
mas eu sou fosco, descanso no breu.
Olhas para qualquer lado,
menos em minha direção.
Aí ficamos num suposto triângulo
(um triângulo desamoroso):
Eu, olhando em tua direção,
tu, olhando para alguém que não olha para ti.
Eu fico a contemplar teus passos ainda como expectador,
haja vista que me deste uma cadeira na última fileira
e eu sou um clown até então,
todavia ensaio para ser um protagonista em tuas emoções,
eu sonho ser uma estrela, assim brilho para ti.
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