sexta-feira, janeiro 25, 2008

Alforria

Esse dia era inevitável,
pegaste tuas coisas, pediste tuas contas
e foste embora.
Da mesma forma que vieste,
de súbito,
atropelando tudo à frente.

Ao pensar te ter,
ignorei teus flertes à liberdade, deixei-te as asas
e sequer pus gaiolas,
imaginava que o amor te manteria junto a mim.

Eras apaixonada pelos campos,
as rosas nos outros jardins ainda eram doces,
enquanto meus canteiros passavam por problemas.
Desculpa-me por faltar felicidade nos seus dias,
se te cansaste desses dias nebulosos.

Não digas que me amas
se tu não fazes isso.

Dou-te a alforria,
entretanto sou eu quem vive em cadeias.
É difícil a uma marionete viver
se lhe cortam os cordões.

Deixe-me desaprender a viver por ti.

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