segunda-feira, março 20, 2006

O Tempo e a Distância

Querida, deixe o relógio andar.
Nem tudo é como queremos
Incluso no caos universal.

Te encontrei, parecia um bilhete premiado na rua.
Todos passam, ignoram,
Cabisbaixo de praxe, te encontrei. Você perdida.

Os meandros levam você e eu.
No afluente mais próximo houve o encontro inesquecível
Tornando um rio somente,
Mais vasto, mais denso, mais vivo.

Querida, deixe o rio correr,
Ele não se doma nem tem vontade própria
Segue leis regentes.

Você conhece meus pensamentos,
O vidro o qual lês todos dia
E você tem sido muito menos volátil
Do que aqueles corações que feriram o meu.

Entanto te ter é tão concreto
Quanto segurar o ar com as mãos.

Não nego a fidelidade sua,
Dentro do monitor, todas as tardes.
Seu carinho, apesar de o mais intenso já sentido
Alcançará só um dia quem sabe
As áreas tácteis da superfície,
Atualmente, subcutâneo.

Amiga, o tempo é uma dimensão
Cujo barco nunca aprendi navegar.
À mercê, somos subjugados por nossas vontades.

Carrego você no bolso,
Dentro do celular
Macromolecular minha vontade
De ir feito torpedo
Provar o multicolorido
De qualquer coisa real
Entanto a angústia da espera
É um muro imenso
Metafórico quanto real.

Enfim, distância ainda é distância,
Aguardamos o escritor do universo
Escrever um capítulo só para nós.
Dentro do mecanismo grandioso que rege o pó das estrelas
Eu e você somos pó, embebidos de caos.

Adianta cobrarmo-nos alguma coisa?
E como dói um amor tão grande
Ter de ser apartado.
Como pode duas pessoas que se amam tanto
Terem de ser separadas?

Por isso deixemos para trás a pressa.
Esse andar afobado de nosso amor
Tem atropelado tanta coisa
E pode nos atropelar por completo
Se o carinho deixa de ser desenvolvido
Resultando numa lista de exigências.

Sem paciência, desata-se os laços mais ternos
E tudo o que podia ser
Deixa de ser para sempre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu amigo, adorei esse poema!!!!!!!!!!São todos de sua autoria?????????????Bjussssss...