sexta-feira, abril 07, 2006

Dama de Preto

Quem é ela que passa
com seu vestido negro indecifrável,
vestido grosso por seu rude serviço,
poento da passagem do tempo.

Dela todos tentam escapar
apesar de sempre a encontrarem.
Seu manto cobre-lhe de discrição,
a fim de, no encalço da vida do homem,
furtivamente os segar.

Poderosa, os grandes homens a temaram.
Diante dela, homens feitos choraram feito criança.
Não há como fugir de suas mãos.
Alguns conseguiram escapar,
mas vingativa e impiedosa, no final sempre alcança sua vítima.
A saber: todos os vivos, você e eu.

Ela passa à minha frente ameaçadoramente,
algumas vezes senti seu frio,
outras vezes, em dias antigos, me embriaguei a desejando.

Todavia, agora a permito sem medo.
Derrotada e impotente,
o que lhe parece vitória, este é meu trunfo
devido ao precioso sangue, não o meu.

Se a morte me toma,
minha vida escapa entre seus dedos,
pode até tirar meu corpo, separá-lo do espírito,
mas a alma permanece a eternidade.

Todos os dias a confronto,
a tomo para mim,
vivo, me faço morrer
porquanto viver é viver em mim Cristo
e morrer é viver com Cristo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu Deus, sou tua fã cara, eles são mt lindos, mt mexmu!!!!