sexta-feira, abril 07, 2006

Pesadelo

Nessa madrugada o pretume de um pesadelo me acordou.
Sonho negro
da cor do teu batom e do teu vestido.
Minha alma insone cansou de buscar descanso.

Estás indo para o lugar de onde eu saí,
buscas vida onde todo mundo só encontrou morte
e recuso te ver nessa morte.

Ignore o rútilo galantear das coisas efêmeras.
Se parece haver sentido e oferecer felicidade,
desnorteia, ilude e cobra um preço alto.

Sinto uma falta dominical de ti,
meu Pai sente tua falta também
e todos os outros dias.
Choramos quando dói demais saber de ti.

Ser amado nem importa mais,
te procuro a fim de trazer
de volta a luz em ti.

Querida irmãzinha,
minha fé proíbe desistências,
eu te amo,
e se aceitasses minhas palavras,
diria outras tantas
ansiosas de escapar de minha alma.

O brilho negro te seduz,
oferecendo prazeres ao corpo,
violando tua pele clara,
viciando o sangue
e oferecendo ilusão ao coração,
sofrido músculo
do qual aprendo a me comiserar.

Não te afastes,
estenda as mãos para alcançar-te,
não aguarde o cair da máscara da vacuidade.
Antes, perceba o odor fétido do sangue em redor,
sinta a terrível podridão melar seu vestido,
antes que te afundem
e lhe roubem o fôlego de vida.

Acompanho seus passos
e aguardo o esculpir vagaroso de teu coração.
Se é de carinho e amor que precisas,
te dou até sobejar,
para que voltes àquele caminho.

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