terça-feira, setembro 26, 2006

Meia-vida

Nasceu.
Morreu.

De súbito passou,
Pouco durou.
Tanto me havia,
Pouquíssimo sobrou.

Sondei-me e custo a entender,
Quem sabe o tempo diga
Onde ficou aquele amor todo.

Ao visitar meu coração,
Este não se mencionava no catálogo
O quê o furtou?

De qual forma metrificá-lo,
Aferir seu peso,
Considerar grandeza tangível?

Coração, recipiente furado,
Deixou escapar tudo,
Evaporou nossos planos,
Vazou as fotografias na cabeceira da cama.
A paixão desbotou inexoravelmente no tempo.

Pois como pode um amor imenso declarado
Ao invés de sublimar,
Tornar-se subliminar,
Imperceptível aos nossos sentidos?

Esse amor tem meia-vida curta.

Nenhum comentário: